O poeta José Manuel Cabrita Neves é nascido em Vendas Novas (região do Alto Alentejo) no ano de 1943. Hoje, aos 78 anos, vive na cidade de Carnaxide, localizada no concelho de Oeiras, no sul de Portugal.
Durante toda a vida desempenhou funções ligadas ao ramo de comércio. Iniciou suas atividades profissionais ainda muito jovem, na cidade de Lisboa, tendo trabalhado em diferentes locais. Por alguns anos, trabalhou no setor de vendas de automóveis, e depois, passou boa parte da vida exercendo a função de mediador de seguros.
Iniciou na negociação de seguros depois de ser contratado por uma empresa alemã, na qual atuou primeiramente como mediador e, depois, como supervisor de venda de seguros. Neste ramo José Manuel trabalhou por vinte e dois anos, chegando a ser responsável por um grupo de mediadores.
Nestas funções, ele foi reconhecido pelo excelente trabalho desempenhado, tendo recebido alguns prêmios durante a sua carreira.
Anos mais tarde, José Manuel, em conjunto com a esposa, abre uma casa de chá e pastelaria, que funcionou por cerca de quatorze anos. Mas, mesmo durante este período, não abandonou completamente o trabalho na área de mediação de seguros.
Segundo as informações mais atuais, aos 76 anos, teve o diagnóstico de um raro tipo de câncer no sangue, que é considerado incurável. Mas, felizmente, a doença tem tratamento, - que deve ser mantido durante toda a vida
Atualmente, José Manuel Cabrita Neves, dedica-se especialmente aos hábitos de leitura e à escrita de suas poesias - uma parte tão importante de sua vida, que o acompanha desde a mais tenra idade.
O menino José Manuel Cabrita Neves conheceu a poesia ainda muito cedo e, aos 9 anos, já escreveu seus primeiros poemas. Desde essa época não parou de escrever e, aos 19 anos, foi premiado nos Jogos Florais da Escola Comercial Veiga Beirão. Foram premiados um soneto e uma quadra escritos por ele.
Como prêmio, ganhou o livro Sonetos de Bocage (de Manuel Maria Barbosa du Bocage, poeta português que viveu entre 1765 e 1805), que viria a ser uma de suas maiores influências na poesia.
Alguns anos mais tarde, entre 1967 e 1968, escreveu diversos sonetos, que tinham como tema as paixões e as dores de uma doença que o acometeu nesse período.
José Manuel Cabrita Neves também escreveu sobre o período da ditadura em Portugal (que durou 48 anos, de 1926 a 1974 - desde o começo da ditadura nacional até o fim do Estado Novo). Alguns deles foram musicados, gravados e exibidos no extinto programa Zip-Zip, da RTP.
Foi nesse mesmo período que teve seus poemas publicados com regularidade em alguns jornais que circulavam na época, como o Jornal do Fundão e o Jornal de Vendas Novas.
José Manuel pensa e escreve sobre a dor e o sofrimento que são comuns a todas as pessoas, mas ele também é capaz de enxergar poesia e paixão em tudo o que é belo na natureza.
No poema intitulado Loucura Saudável, José Manuel deixa bem clara essa visão sobre a vida:
Gosto de gente fora do normal,
Gente que tenha um pouco de loucura,
Que faça desta vida uma aventura,
Uma festa constante, um arraial!
Gosto de quem se ri da desventura
Com ar descontraído e jovial…
De quem desvaloriza o que está mal,
Tendo sempre o remédio para a cura…
Ser sempre concordante, consensual:
É, como alguém já disse, um pão sem sal!
Quiçá, um zé ninguém, fraca figura…
Ser perspicaz, empático, frontal,
É para a discussão fundamental!
Gosto de gente assim: louca mas pura!...
Entretanto, seus versos rimados e metrificados, também não deixam de refletir sobre as injustiças ou criticar a maldade. José Manuel escreve quadras, poemas, sonetos, quintilhas, sextilhas, décimas e acrósticos.
Além de Bocage, outros poetas portugueses têm uma forte influência na vida e no trabalho de José Manuel Cabrita Neves. São eles: Luís de Camões (1524-1580), Florbela Espanca (1894-1930), Antero de Quental (1842-1891) e Guerra Junqueiro (1850-1923).
Entre seus livros preferidos estão: Sonetos (Florbela Espanca), Os Simples (Guerra Junqueiro), Sonetos (Bocage), Sonetos (Antero de Quental), Até amanhã camaradas (Manuel Tiago), Humilhados e Ofendidos (Dostoievski,) e Quando os lobos Uivam (Aquilino Ribeiro).
No ano de 2015, o poeta tornou- se oficialmente um membro da Academia Virtual de Letras de António Aleixo, no Brasil. José Manuel ocupa a cadeira nº 7 do seu patrono, o escritor e poeta conterrâneo, Antero de Quental.
O poeta segue produzindo e publicando seus poemas na Gazeta de Vendas Novas, e seus trabalhos também podem ser encontrados em grupos no Facebook dedicados ao tema, como o grupo da Rádio Horizontes da Poesia.
A quem se interessar por conhecer mais sobre o trabalho e a poesia de José Manuel Cabrita Neves, segue abaixo uma lista com os trabalhos mais recentes, publicados desde o ano de 2013.
As informações foram disponibilizadas em sua página no Facebook.
2013 - Colectânea Despertar dos sentidos da editora Pastelaria Studios.
Também é possível encontrar muitas publicações das poesias do autor pela internet, em diversos blogs e páginas. Para isso, basta fazer uma busca pelo seu nome. Poderá ler suas publicações, por exemplo, nos sites Minha vida, meus poemas, PEAPAZ e poetaporkedeusker.
José Manuel tem uma produção vasta. Mas nós, da VP Dicas, que vivemos o dia a dia da vida de muitos imigrantes, escolhemos homenageá-lo com a publicação do poema Imigrante, escrito em 29 de novembro de 2017.
Neste “jardim à beira mar plantado”
Com bom vinho, bom sol, boa comida,
Está sempre a porta aberta e há guarida,
P’ra mais um imigrante aqui chegado!
Em busca de outro rumo a dar à vida,
Trazem na mala o mundo que hão sonhado,
Para um futuro melhor do que o passado,
Ficando já bem longe a despedida…
Com fé no coração e olhar de esp’rança,
Acreditam nos ventos de mudança,
Deixando para trás desilusões…
Será bem-vindo quem por bem vier,
Ao meu país que é nobre a receber,
Os povos de outras raças e nações!...
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