O VP Dicas fala sobre procedimentos migratórios, trâmites jurídicos, Cidadania, Representação Fiscal, assim como planejamento, direcionamento, incluindo dicas para uma boa adaptação em terras lusitanas, mas também tenta trazer um pouco da cultura luso-brasileira, porque acredita que a cultura é uma das coisas que identifica uma nação e une povos. Convidamos o autor Edison Rodrigues Filho para falar-nos sobre sua obras, cada uma mais interessante que a outra, e o que o inspira.
Edison Rodrigues Filho, é autor, roteirista e escritor de literatura juvenil e adulta, com 22 livros publicados e quatro vezes indicada ao Prêmio Jabuti assina a redação final da série Valores Culturais da Sesi-SP Editora e é autor pela Editora Melhoramentos. É cofundador do Armazém de Ideias e Serviços, empresa de geração e edição de conteúdo nas áreas audiovisual, cultural, editorial e educacional.
Por Edison Rodrigues Filho
A voz do autor nada mais é do que o meio usado pelos personagens para falar aos leitores
A inspiração de todo escritor é a leitura. Há textos que por serem tão maravilhosos despertam na gente uma ponta de inveja, seja pela pesquisa, seja pela escrita em si. No livro “O silêncio dos afinadores” a inspiração foi o lançamento dos diários de Getúlio Vargas pela Fundação que leva seu nome.
Getúlio talvez tenha sido o único presidente a registrar tão minuciosamente seus atos durante o mandato. Neles, é possível filtrar suas angústias, intenções, devaneios e decepções. No livro “Porto dos escravos” bebi de uma fonte inestimável, o livro “A fundação do Brasil”, de Darcy Ribeiro e Carlos de Araújo Moreira Neto, publicado pela Editora Vozes, uma inebriante compilação de correspondências e testemunhos, de religiosos, comandantes e pilotos de expedições, bulas papais, cartas reais, e uma infinidade de mapas cartográficos, registrando entre 1500 e 1700 as descobertas e o encantamento dos europeus diante da beleza de nossa terra e de nossa gente.
Conhecer Portugal é um sonho que tornarei realidade em breve, seja a passeio ou a trabalho, lançando um livro por uma editora local, ou escrevendo um roteiro de documentário ou ficção. O tempo dirá como e porque darei por estes costados.
Os livros que escrevi são inspiradores para os brasileiros que fazem o caminho inverso de Cabral tendo em vista o fato de que nossa índole amistosa e disposição para o trabalho nos induz a uma forma mais orgânica e sutil de integração ao ambiente – ao contrário dos primeiros irmãos lusitanos que no Brasil aportaram, a maioria oportunistas, degredados e pouco identificados com os habitantes locais daqueles dias.
Somos, em boa parte, o que os portugueses desejam para si, um povo que sorri das mazelas, desdenha das agruras e acredita num futuro de paz e harmonia.
Dia desses, me perguntaram qual era a sensação de gravar em áudio o próprio romance, como fiz em “Porto dos escravos”. Depois de pensar a respeito, digo que foi como ouvir o eco de uma voz interior, porque apesar de na escrita os personagens ganharem autonomia, e agirem conforme o ambiente e seu modo de ser e de pensar, o resultado fica entre nós, em privado, para então, em palavras, ganhar o mundo.
Assim, minha voz nada mais é do que o meio usado pelos personagens para falar aos leitores, eles querem ser ouvidos e viver na sua imaginação.
Minha paixão é o romance histórico, sempre me surpreendo ao mergulhar em épocas e personagens reais que marcaram seu tempo, muitas vezes descortinando detalhes dos quais os livros escolares passam longe. Assim foi com “O silêncio dos afinadores”, que conta a trajetória de Getúlio Vargas desde o início dos anos 1930 até sua morte em 1954. Poucos sabem, mas o “Caudilho dos Pampas” era atraído pela morte e considerava o suicídio um ato de heroísmo. Convido os amigos a navegar nas águas turbulentas dos períodos da colonização, em “Porto dos escravos”, e da industrialização do Brasil, em “O silêncio dos afinadores”, e conhecer de perto dois personagens fascinantes, o degredado português João Ramalho e o ditador Getúlio Vargas, embalados pela ficção em meio a fatos verídicos. Eles têm muito a falar a vocês!
Degustação de “Porto dos escravos”
Vejam ainda: “Porto dos escravos” na plataforma Ubook: “O silêncio dos afinadores” versão impressa: “O silêncio dos afinadores” versão digital.
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