Graças à imigração, a população portuguesa aumentou pela primeira vez em 10 anos. O FMI fala do papel-chave dos imigrantes.
A população portuguesa aumentou em 2019, 0,19% face ao ano anterior, a primeira vez em 10 anos. Em causa está o aumento do saldo migratório. Diferença entre nados vivos e mortos continuou negativa. Esse aumento da população no ano passado em relação a 2018 foi graças à imigração, com um crescimento efetivo de 0,19 por cento, a primeira vez em 10 anos, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE).
O crescimento da população em 2019 deveu-se ao aumento do saldo migratório (diferença entre as pessoas que saem e as que vêm para Portugal) de 11.570 para 44.506, uma vez que o saldo natural (diferença entre nados vivos e mortos) continuou negativo, caindo 0,25%.
Segundo as estimativas de população residente divulgadas esta semana, a população ficou ainda mais velha no espaço de 10 anos, com metade dos residentes acima dos 45,5 anos, mais 4,3 anos do que se verificava em 2009, noticiou o Observador
Imigrantes desempenham papel-chave nas economias mais desenvolvidas. Com o envelhecimento da população e a quebra no crescimento populacional nos países mais ricos, imigrantes são fundamentais para o crescimento econômico sustentável.
As migrações aumentam a produtividade, contribuem para o crescimento econômico, aumento do Produto Interno Bruto (PIB) e também dos salários dos trabalhadores dos países desenvolvidos que acolhem pessoas que vêm de fora, apesar das percepções erradas que ainda existem contra eles. Esta é uma das conclusões de um estudo publicado esta sexta-feira no World Economic Outlook, a principal publicação do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Neste artigo estamos falando de imigrantes, mas veja aqui a diferença entre os termos utilizados para "migrante, imigrante e emigrante, para não haver confusão:
"Grandes ondas de imigração aumentam a produção e a produtividade nas economias avançadas no curto e médio prazos, apontando para ganhos dinâmicos significativos para a economia como um todo", pode ler-se no capítulo quatro das Perspetivas Econômicas Mundiais, divulgadas pelo FMI.
A migração pode trazer grandes ganhos para os países acolhedores e providenciar oportunidade para uma vida melhor para os migrantes.
No entanto, pode também criar desafios ao nível da distribuição, pelo menos temporariamente, afirmam os autores do estudo, defendendo que as políticas fiscais e laborais devem ter estas preocupações em conta.
Nesse sentido, notifica o publico.pt, para dar melhor resposta às transformações em curso, o FMI defende que os países acolhedores de migrantes devem adoptar políticas que fomentem a integração, nomeadamente ao nível da aprendizagem da língua ou da desburocratização dos processos que facilitem a entrada no mercado de trabalho.
Os autores do estudo alertam, no entanto, para as transformações em curso devido à COVID-19, que podem levar os países a fecharem-se e adotarem medidas mais restritivas em relação à imigração, bem como para o impacto das alterações climáticas, que podem levar à deslocação de milhões de pessoas.
Segundo cálculos do FMI, "a produção aumenta cerca de 1% ao quinto ano", sendo que dois terços deste aumento se devem "ao aumento da produtividade no trabalho", e o terço restante "ao aumento do emprego", explica o JN.
Os resultados do FMI "sugerem que os ganhos agregados da imigração materializam-se muito rapidamente, mesmo com fluxos potencialmente disruptivos", sendo que a "resposta imediata da produtividade no trabalho aponta para a existência de ganhos dinâmicos significativos pela imigração, mesmo no curto prazo".
Outras das conclusões apontadas no estudo são que "a migração aumenta o PIB mundial, em particular ao aumentar a produtividade", e que "os rendimentos médios 'per capita' [por pessoa] dos nativos aumentam à medida que as suas competências são complementadas com as dos migrantes".
Segundo o documento, "à medida que os migrantes entram no mercado de trabalho, os nativos vão para outras funções que, em muitos casos, requerem competências linguísticas e comunicativas avançadas, ou a prestação de funções mais complexas".
"Assim, quando os imigrantes vão para funções que têm pouca oferta, os nativos aumentam as suas competências, gerando a ganhos gerais, para toda a economia, devido à especialização", complementa o artigo do FMI.
O artigo do FMI assinala também que "as remessas do estrangeiro aumentam o rendimento 'per capita' nos países de origem, ajudando a contrariar os potenciais efeitos negativos da emigração", apesar de os ganhos econômicos da imigração para as economias em desenvolvimento "não parecerem produzir ganhos rápidos semelhantes" ao que acontece nas desenvolvidas.
Nas economias desenvolvidas, onde se encontram, por exemplo, as da zona euro (incluindo Portugal), o Reino Unido ou os Estados Unidos, "medidas ativas no mercado de trabalho, gastos em formação e educação para adultos, e políticas direcionadas à integração de migrantes poderiam potenciar os ganhos macroeconômicos da imigração".
Outra das conclusões do artigo dos economistas da instituição sediada em Washington é que "os fluxos de migração são moldados pela demografia na origem e pelos níveis de rendimentos na origem e no destino", e que os "conflitos são um importante fator de migração entre economias em desenvolvimento", cujos "custos são grandes".
O FMI indica ainda que num cenário base, "a percentagem de migrantes entre 2020 e 2050 é praticamente estável, pouco acima dos 3% da população mundial", mas a migração de economias em desenvolvimento para economias desenvolvidas "continua a aumentar para cerca de 16% da população total das economias avançadas", sobretudo devida ao aumento de população nos países de origem.
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